Fonte : A bronca Popular
Em um dos episódios mais graves da história recente de São José dos Quatro Marcos, um agente da Polícia Civil condenado por assédio sexual e lesão corporal contra uma colega de trabalho conseguiu se eleger vereador. Trata-se de Luciano Cristóvão, conhecido como “Seu Polícia” (PSB), nome que agora está associado a denúncias de abuso e violência.
Entre 2016 e 2019, quando atuava como chefe de equipe da delegacia local, Luciano foi acusado de praticar reiteradas investidas de assédio sexual contra a investigadora D.A.C.S. Segundo os autos, ele se aproveitava da posição de superior hierárquico para constranger a vítima com palavras, toques indesejados e aproximações íntimas não consentidas.
Mesmo diante dos pedidos da vítima para que parasse, o comportamento persistiu até culminar em uma agressão física dentro de uma viatura policial. Na ocasião, após uma discussão, ele teria tentado enforcá-la. A vítima, que sofre de lúpus, doença autoimune grave, enfrentou anos de assédio, medo e sofrimento físico e psicológico.
A denúncia do Ministério Público foi sustentada por provas materiais, incluindo exames de corpo de delito, mensagens, testemunhos e laudos periciais. O caso foi julgado pela Vara Única da Comarca de São José dos Quatro Marcos, onde o juiz Marcos André da Silva condenou Luciano a 1 ano e 5 meses de detenção em regime aberto.
A sentença foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e, posteriormente, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou os recursos da defesa por ausência de fundamentação jurídica.
Apesar da condenação, Luciano Cristóvão disputou as eleições e foi eleito vereador no município. Desde então, sua presença na Câmara Municipal tem causado indignação em diversos setores da sociedade, especialmente entre movimentos de defesa dos direitos das mulheres.
Entidades locais e lideranças sociais defendem que sua atuação no Legislativo representa um desrespeito à integridade das instituições democráticas e à luta contra a violência de gênero. Para muitos, sua eleição simboliza falhas graves no sistema político e judicial, que ainda permitem que pessoas com histórico criminal acessem cargos públicos.
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